sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Primeiro Beijo


Uma vez alguém falou que jamais esquecemos nosso primeiro beijo. Isso porque, em tese, foi o primeiro, o mais especial, o começo de uma descoberta... Em minha humilde opinião, penso que não seja bem assim.

Minha avaliação discorre não do primeiro beijo propriamente dito, mas sim daquele primeiro, com quem realmente gostamos. Também não estou falando de amor. Até porque geralmente em nosso primeiro beijo, nos encontramos numa fase na qual não sabemos de fato o que é o amor. Podemos até, quando mais jovens, afirmar que estamos amando. Acredito nisso! Só que a realidade é um pouco mais complexa.

Para falar a verdade, não me recordo do meu primeiro beijo. Tem um que sempre me lembro pensando que seja, mas não tenho certeza... Este, nem sequer fora com o "meu primeiro amor". Na verdade foi com uma amiga que gostava muito de mim, mas não o "MEU primeiro amor".

O bom dessa história toda é que me lembro, como se fosse hoje, da primeira vez que beijei uma menina que verdadeiramente eu gostava. Vale frisar que na época podia jurar que a amava.

Fiquei nervoso, inseguro, suando frio... Pensava principalmente se ela iria gostar. Mais que isso, se iria querer novamente. Sim, pois não é porque não gostamos de primeira, que nunca mais quereremos experimentar novamente, é ou não é?! (rs)

O fato é que depois do primeiro beijo, naquela pessoa que realmente se gosta, o guardamos em nosso íntimo, pois ele foi o mais especial, aquele que procedeu imbuído de inúmeros sentimentos e sensações. “A partir dele, todos os outros sempre deixarão a desejar”. (Vi esta frase uma vez, num filme)

O triste dessa minha história era que ela, o "meu primeiro amor", era o meu, mas eu não o dela. Isso me fez sofrer de tal forma que até hoje tenho aquela fase como lição, aprendizado. O curioso é que anos mais tarde as coisas mudaram de lugar. Um certo dia, bem discretamente, numa dessas festinhas de escola, ela veio e se declarou...

Mas... o tempo passa! Lembram das aspas em “meu primeiro amor”? Pois é, finalmente havia encontrado um sem as aspas. Foi minha primeira namoradinha. Com ela tive meu primeiro beijo com quem, de fato, gostava e com quem sentia a reciprocidade latente.

Analisando friamente, tive, portanto, três histórias de “primeiro beijo”. O primeiro como sendo literalmente a primeira vez. O segundo, por alguém que sentia algo de verdade. E, finalmente, o terceiro, com quem amava e era amado. Cada um deles com sua beleza e significado peculiar. (Bacana, né?!)

Mais tarde pude perceber que na vida sempre temos “primeiros beijos”. Isso acontece pelo simples fato de estarmos em mudanças constantes, conhecendo pessoas, vivendo situações diferentes, mudando com o tempo e com o mundo.

Acho que o primeiro beijo só deixará de existir após encontrarmos o grande amor. Aquele que indica que nada mais nos falta, que não queremos mais ninguém, senão aquela pessoa que está ali ao nosso lado. Mas como a realidade nem sempre é doce, podemos não passar a vida com esta pessoa. Contudo, ela será suficiente para registrar seu mais valioso primeiro beijo.

Agora, se o mundo conspirar a favor, vocês ficaram juntos. Aí o “primeiro beijo” deixará de ser seu para ser de vocês, ou seja, o “nosso primeiro beijo”. Deste, não só se lembrarão para sempre, como farão questão de contar para todos aqueles que se dispuserem a ouvi-los.

(Djavan Antério)

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