Depois de ouvir alguma coisa sobre, finalmente consegui assistir o filme Apenas Uma Vez (original: Once), que trata da história
de um talentoso músico que, tocando pelas ruas de Dublin, Irlanda, conhece uma
doce jovem tcheca que por ali também ganhava uns trocados vendendo flores. O acaso fez
com eles se encontrassem e, a paixão pela música, com que eles vivessem uma
experiência inesquecível.
Poderia
falar mais um pouco, mas acredito que comprometeria a magia que
o filme apresenta. Sugiro inclusive que não vejam sequer o trailer. (Se puderem, confiem em mim!)
Um
dado importante a se comentar é que as canções originais do filme, com exceção
de uma, foram compostas e executadas pelos seus protagonistas, Glen Hansard e
Markéta Irglová. Dentre elas, "Falling Slowly" venceu o Oscar de
melhor canção original (veja aqui o momento inusitado da premiação) e foi indicada ao Grammy de 2008. Abaixo uma
apresentação dos dois no programa televisivo The Late Show with David Letterman:
Assim que terminei de assistir, fui direto baixar sua trilha sonora e, ouvindo calmamente
cada canção, fiquei alguns minutos refletindo sobre sua questão central: "Quantas vezes você encontra a pessoa certa? Uma vez."
Pois
é, será que é mesmo assim? Será que na vida só temos uma chance de encontrar
alguém que realmente nos complete, que seja a perfeita metade? Difícil
responder?! Tentarei explanar alguns pensamentos.
Na vida conhecemos pessoas que se destacam perante as outras. Isso não só
no amor, mas também na amizade, no companheirismo, na confiabilidade, e assim
vai...
A questão é que quando falamos de amor (espero que saibam de qual estou falando), a coisa fica mais afunilada.
Sim, pois não temos muitos amores ao longo de nossas vidas. Alguns têm a chance
de conhecer mais de um, dois, três amores. Mas ouso em dizer que nunca um é
igual ao outro. Não me refiro a quantidade/intensidade somente. Falo da
qualidade, do todo. Isto é, aquele que é forte, puro, extremamente verdadeiro.
Entretanto, acredito que, além desses aspectos, o mais importante é quando
reconhecemos no próprio amor o seu mais legítimo significado.
Por
isso, não importa o que já passamos, o que já sofremos. O importante mesmo é
tentar aprender com tudo e ficar sempre atento e aberto para um novo começo (ou até um recomeço), acreditando que, além de possível, ele valha a pena.
Apenas
Uma Vez nos brinda com boas lições. Nele temos o entrelaço de duas vidas, cada qual com suas peculiaridades; uma interligação pura e espontânea; o desejo se
descobrindo; a sensatez falando mais alto; o risco de perseguir um sonho; a
segunda chance sendo efetivada; enfim, situações que podem ou não se fazerem
presentes em nossas vidas.
É, na
vida vivemos muitas histórias, mas nem todas são significantes e/ou merecedoras
de serem guardadas num lugar especial. Quase todas nos ensinam algo, nos fazem
amadurecer, mas só de algumas lembraremos para sempre.
A
pergunta que fica é:
Que história você escolherá viver para sempre?
(Djavan Antério)
P.S. Em uma das partes mais belas do filme, ocorre um curto diálogo entre os protagonistas:
Ele pergunta: Como se fala "você o ama?" em checo?
Ela responde: Milujes ho?
Ele então diz: Milujes ho?
Ela responde: Miluji tebe.
Ela responde: Milujes ho?
Ele então diz: Milujes ho?
Ela responde: Miluji tebe.
Sugiro que busque saber da tradução somente após assistir o filme. Fazendo isso, garanto que irá querer vê-lo novamente só para "sentir a cena" de um jeito diferente. -----------> Fica a dica!!!