quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sabe Aqueles Dias em que Tudo dá Errado?


Sabe aqueles dias em que TUDO DÁ ERRADO?
Pois é... hoje não foi assim!

Em meio a uma semana bem carregada de atribuições, fui obrigado a reservar quase que um dia inteiro para ir ao mecânico. Aí você já pensa: “Ixe, Mecânico?!”

No começo de janeiro fiz aquela velha revisão preventiva no carango, dando um grau nos bicos; óleo do motor, do freio; pastilhas; direção hidráulica; e por aí vai... Pois é, não é que de uns dias pra cá começou a tomar conta da área interna do carro um forte cheiro de gasolina?! Qual foi minha reação? “Pow, fiz uma revisão agora a pouco e me aparece isso?”

Fazer o que? Fui lá resolver!

Ainda mais envolvendo gasolina... dentro do carro, tá louco!

Tinha tudo pra ser aquele dia complicado. Chá de cadeira, diagnósticos imprecisos, valores exorbitantes, calor esquentando o juízo. Digo calor porque serviço mecânico pra mim tem que ser naquela oficina não tão organizada, meio suja de graxa, algumas ferramentas pelo chão e tal. O mecânico tem que ser “responsa”, articulado, sem muito blá blá blá, trajando aquele macacão que nem se sabe a cor de tão sujo. Se for o dono da oficina então, melhor ainda, tá lá com a mão na massa! Concessionária autorizada, só para manter a garantia. E olhe lá! (Quem manja sabe!).

Continuando...

Liguei para um chegado meu, perguntei se tinha alguma indicação bacana para fazer tal serviço. Ele não só disse que tinha como prontamente se disponibilizou pra ir junto. (Parceiro é parceiro!)

Fomos, chegamos e mostramos o problema. Em menos de dois minutos constatamos o que era, quanto era e o tempo que levaria para trocar a peça. Maravilha! Pra não dizer que tudo foi fácil, tive de ir a outro lugar porque lá no camarada não tinha a peça nem ninguém que a fornecesse. Mas tranquilo, o próprio mecânico tirou seu smartfone (éééé, tá pensando o que?) e ligou para um contato, mediando todo o processo. Para me preparar, pedi que perguntasse quanto custava. – Tava especulando com meu parceiro quanto seria. Chutamos na faixa de 250, 300 pila. Foi nada! Chegou nem em 100! – Agradeci e fui “mimbora”.

Na trajetória passei em frente a uma conhecida loja de sucata. Um dia desses aprendi que muita coisa se resolve com peça usada. E o melhor, por bem menos “ca$calho”. Pensei, se lá vai ser 100, rolando aqui deve ser metade, no mínimo. Parei e perguntei sobre uma tal de “Flange da Bomba de Combustível”. Falei que tava indo a loja X pegar uma nova, mas queria dar uma tentada por ali. Cinco minutos depois o DONO volta com a danada na mão. Então... olha só a franqueza do cara:

“Amigão, tá aqui, eu tenho ela e outras muitas peças de um carro igual a esse seu, que chegaram faz nem 15 dias. Mas deixa eu te falar, essa peça aqui não vale a pena pegar usada. Ela é de plástico, tem uma vida útil certa e é barata. Vai lá nessa loja que você tá indo. Vale a pena. A galera inclusive alivia na mão de obra.” Olhei pra ele e disse: “Nossa, valeu, brother, você tem toda razão!” Apertei a mão do cara e segui meu caminho.

Chegando à loja foi jogo rápido. Pá Pum e tudo tava resolvido. Porém um fato me chamou a atenção. Em um determinado momento, coloquei meu celular em cima do balcão. Ele estava perto, fui apenas beber uma água. Mas de fato, por alguns segundos, tirei os olhos dele. Quando voltei, uma senhorinha (aquela tipo avó, sabe?) me entregou o celular dizendo: “Meu filho, deixe seu aparelho assim não. Nunca sabemos quem está ao nosso redor. O mundo hoje não é mais o mesmo.” Olhei pra ela e disse: “Obrigado! Ainda bem que existem pessoas como a senhora que podem estar ao redor, né?!” Ela sorriu graciosamente e foi embora. Bacana, né?!

Ainda na oficina, aproveitei para perguntar sobre a direção do carro. Tava achando meio dura, amarrando demais, para ser uma hidráulica. O mecânico então falou que tinha um contato de um camarada que só mexia com isso e recomendou que eu desse uma chagada por lá. Peguei o número e não contei conversa, fui logo ligando. Já era tarde, perto do anoitecer, mas o Saulo lá (Saulo - Só Hidráulicos. No Distrito Mecânico. Recomendo!) disse para eu dar uma passadinha que ele olhava.

Como disse anteriormente, na revisão que fiz, a caixa de direção entrou no bolo. E pense num servicinho salgado no preço. Chegando no Saulo fui bem franco: “Rapaz, fiz o serviço tal e achei que a direção não ficou como antes. Tá meio dura.” Ele entrou no carro, ligou e foi incisivo: “Tá dura e tem jeito! Posso deixar mole que num assopro a danada gira.” (Foi engraçado!) Perguntei quanto seria e ele me disse que esse serviço sairia em torno de 150, 200 reais.


Tomei um susto! Também pudera, não faz nem dois meses que fiz um serviço grande na caixa hidráulica e vou ter que gastar essa grana só para deixá-la mais leve. (Negativo!) Vale ressaltar que voltei lá contestando a direção, mas, segundo os “especialistas”, era normal, relaxaria com o tempo, pois a peças eram novas. Falei tudo isso ao Saulo e, por curiosidade, ele perguntou quem foi que fez o serviço. Aí a grande virada, era um conhecido dele. Na mesma hora ele pegou o celular e... e... ligou pro cara, acredita?!

“Fulano, tranquilo? Oh, tou aqui com um cliente teu, Djavan. Ah, lembra?! Pronto! Oh, a direção dele tá mesmo dura. Nesse caso você tem que fazer isso e tal...” Ficou lá dando umas dicas durante uns 3 a 5 minutos. Depois que desligou ele disse que o cara tava começando agora e era comum ele vir pedir umas dicas. Que apesar de tudo, era um "caba bom" e competente. Disse ainda que tava tudo certo e que não teria problema, só que eu economizaria 200 reais e todos ficariam felizes (Disse isso dando um sorrisso de canto de boca). Olha só a postura do camarada?!?! Agradeci elogiando a atitude e segui meu rumo. Amanhã cedo tou lá pra resolver...

Bom, sei que me estendi no relato, mas tive que escrever sobre. Isso para mostrar que pessoas boas, corretas, gentis, existem e estão por aí... Hoje era um dia que tinha tudo para ser estressante, complicado, de quebra, com alguns possíveis gastos/prejuízos não programados/esperados. Só que não!



Hoje, definitivamente, TUDO DEU CERTO!

(Djavan Antério)