Muito bacana ver estratégias alternativas que incentivam e auxiliam o processo de ensino-aprendizagem em nossas escolas. Temos aí o mais novo hit da internet, o Rap da Pilha. Um professor carioca que ensina química por meio de paródias de funks conhecidos.
Muito bom mesmo! Contudo, permitam-me expor uma outra ótica acerca do assunto.
Atualmente, a educação brasileira passa por um período delicado, principalmente no que concerne seu processo no âmbito escolar. Buscando uma especificidade no assunto, refiro-me à cultura de ensino mecanizado, que visa, sobretudo, a aprovação nos vestibulares. E nisso, infelizmente, estamos ficando cada vez mais especialistas.
Um “documentário” recente que contemplou bem o assunto foi “A Verdade de Cada Um”, no National Geographic (Brasil), uma parceria do canal com Fernando Meirelles. O programa trouxe à tona o sistema educacional brasileiro, retratando a realidade de profissionais da educação, alunos e escolas de diferentes classes sociais da grande São Paulo. Dentre as diversas problemáticas, uma das que mais se destacou – até pelo peso concreto – foi justamente essa cultura sobre a qual me referi.
Temos um gigantesco mecanismo que investe em resultados estatísticos. Geralmente são escolas particulares, renomadas e de alto custo. O perigo é que se faz de um tudo pelos primeiros lugares nas aprovações (e quanto mais, melhor), inclusive passar por cima do real aprendizado.
Período de vestibular é típico, você constata inúmeros outdoors estampando rostos de jovens que, inconscientemente (ou não) se configuram como ferramenta de manobra, alavancando o nome da escola que “tão bem os treinou”.
Aí vem o problema maior: O que acontece se as escolas privadas, munidas de mais do que suficientes recursos, escoam para universidades públicas – pois ainda são as melhores – seus alunos? A grande massa fica de fora, ora essa! Pior, é justamente esta massa que sustenta a máquina de ensino superior privada. (Olha que contraditório!)
Não estou transferido a culpa de nossa educação pública ser e estar do jeito que está, para as privadas. Absolutamente! O que questiono é a maneira que as coisas estão se procedendo. Minha crítica recai diretamente na metodologia que impera nas escolas, aquela que atribui ao aprendizado a mera aprovação por meio de notas; que tem como lastro as estatísticas quantitativas.
Não estou afirmando também que é o caso desse “professor funkeiro”. Não, não... Muito pelo contrário, sou a favor de práticas alternativas, que visem, sobretudo, a melhor assimilação do conhecimento. A questão é saber se por trás do “show” há uma preocupação maior, voltada a real aprendizagem.
De qualquer forma, fico com pé atrás, principalmente quando leio: “Fulando de Tal é um professor incomum -- ele não reclama do salário, das condições de trabalho, nem tem problemas de disciplina com seus alunos. Ele ensina disciplina tal em escolas PARTICULARES...”
Muito bom mesmo! Contudo, permitam-me expor uma outra ótica acerca do assunto.
Atualmente, a educação brasileira passa por um período delicado, principalmente no que concerne seu processo no âmbito escolar. Buscando uma especificidade no assunto, refiro-me à cultura de ensino mecanizado, que visa, sobretudo, a aprovação nos vestibulares. E nisso, infelizmente, estamos ficando cada vez mais especialistas.
Um “documentário” recente que contemplou bem o assunto foi “A Verdade de Cada Um”, no National Geographic (Brasil), uma parceria do canal com Fernando Meirelles. O programa trouxe à tona o sistema educacional brasileiro, retratando a realidade de profissionais da educação, alunos e escolas de diferentes classes sociais da grande São Paulo. Dentre as diversas problemáticas, uma das que mais se destacou – até pelo peso concreto – foi justamente essa cultura sobre a qual me referi.
Temos um gigantesco mecanismo que investe em resultados estatísticos. Geralmente são escolas particulares, renomadas e de alto custo. O perigo é que se faz de um tudo pelos primeiros lugares nas aprovações (e quanto mais, melhor), inclusive passar por cima do real aprendizado.
Período de vestibular é típico, você constata inúmeros outdoors estampando rostos de jovens que, inconscientemente (ou não) se configuram como ferramenta de manobra, alavancando o nome da escola que “tão bem os treinou”.
Aí vem o problema maior: O que acontece se as escolas privadas, munidas de mais do que suficientes recursos, escoam para universidades públicas – pois ainda são as melhores – seus alunos? A grande massa fica de fora, ora essa! Pior, é justamente esta massa que sustenta a máquina de ensino superior privada. (Olha que contraditório!)
Não estou transferido a culpa de nossa educação pública ser e estar do jeito que está, para as privadas. Absolutamente! O que questiono é a maneira que as coisas estão se procedendo. Minha crítica recai diretamente na metodologia que impera nas escolas, aquela que atribui ao aprendizado a mera aprovação por meio de notas; que tem como lastro as estatísticas quantitativas.
Não estou afirmando também que é o caso desse “professor funkeiro”. Não, não... Muito pelo contrário, sou a favor de práticas alternativas, que visem, sobretudo, a melhor assimilação do conhecimento. A questão é saber se por trás do “show” há uma preocupação maior, voltada a real aprendizagem.
De qualquer forma, fico com pé atrás, principalmente quando leio: “Fulando de Tal é um professor incomum -- ele não reclama do salário, das condições de trabalho, nem tem problemas de disciplina com seus alunos. Ele ensina disciplina tal em escolas PARTICULARES...”
(Djavan Antério)