quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Caso USP


Ainda ontem conversava com uma amiga sobre o “caso USP”. Por consequência, acabei refletindo de maneira mais crítica sobre o assunto e resolvi postar aqui algumas considerações. Porém, antes de qualquer coisa, é pertinente lembrarmos como tudo aconteceu.

Em 27 de outubro, alunos entraram em confronto com PMs após três estudantes serem detidos com maconha dentro do campus da USP. Após o episódio, inúmeros estudantes decidiram ocupar o prédio de administração da faculdade de filosofia, letras e ciências humanas. Uma assembleia decidiu pela desocupação, porém um grupo dissidente resolveu ocupar a reitoria, invadindo-a. Depois de alguns dias, a tropa de choque, em cumprimento de ordem judicial, reintegrou a posse do prédio. Estudantes, então, foram detidos, conduzidos à delegacia e liberados após pagamento de fiança.

O que vimos é mais delicado do que parece! Primeiro, por se tratar de um embate entre ideologia e política dentro da mais conceituada instituição de ensino superior da América Latina. Em segundo, por abordar um tema tão importante para aquela sociedade que sonha em ser, de fato, democrática: a autonomia no âmbito universitário.

Pois bem, em primeiro plano, acredito que questões como esta devem ser constantemente dialogadas, discutidas, debatidas. Mantê-las sob resguardo é arriscar na explosão de uma indignação maximizada que pode ou não acontecer. Neste caso, aconteceu!

Dois fatores são pilares no fato ocorrido: a violência e a presença da PM na USP. Se, por um lado, morre-se em virtude de um latrocínio no estacionamento da USP, por exemplo, por outro, a segurança não pode ser garantida com uma intervenção despreparada e viciada como é a da nossa polícia, muito menos por aquela que não é a mais "legítima" para atuar em tal local. Agora, também querer consumir drogas livremente sob o argumento de “liberdade acadêmica” é um pouco demais. Quanto a isso, cuidado, cautela e discrição sempre funcionaram!

Tudo bem, a lei é para todos, mas repudio a maneira como as coisas acontecem nesse país. Imaginemos quão desagradável seria, depois de uma excelente aula de Fundamentos Políticos da Educação, por exemplo, ser abordado e revistado no meio da praça pública da universidade simplesmente porque se tem aparência de suspeito? Tá bom, vai, a suspeita é inerente ao processo de investigação. Mas atentemos para a abordagem, ora essa?! “Bom dia, como vai, pode nos mostrar seus documentos, por gentileza?” Quanta diferença...

Não estou defendendo a ocupação dos estudantes na reitoria e o que com ela aconteceu (danos, desobediência, sei lá mais o que...). Apenas questiono o reducionismo do fato à delinquência desenfreada, marginalizada (Formação de quadrilha é F....!). A moçada lá não agiu corretamente. Muito pelo contrário, penso que algumas posturas por parte de uma minoria comprometeu a real “mensagem” do todo. Todavia, tão errados quanto, está o Estado, que negligencia a real segurança da sociedade, a imprensa sanguessuga e aqueles esquerdistas aproveitadores.

A crescente violência urbana conclama por uma intervenção policial que minimize o medo de ir e vir. Entretanto, necessitamos mais do que fardas e cassetetes perambulando por aí. Precisamos, sim, é de mais preparo, mais adequação à contemporaneidade dos tempos. Querendo ou não, o acontecido foi e ainda está sendo vitrine para uma discussão que sempre será fundamental para a construção de um país que pleiteia ser desenvolvido. 

(Djavan Antério)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O Tudo Vem do Nada



Reduzindo meu orgulho
Transgredido de um espaço obscuro
Deterioro o que há de impuro
Na incerteza do meu querer

Renegando as migalhas
Descontrolo minhas asas
Caio em terreno de acácias
Imergindo na impossibilidade de crescer

Mas se tudo vem do nada
E do nada pouco se fala
Temo por aquele que se cala
Diante da importância do saber 


(Djavan Antério)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Meu Lugar ao Sol


Hoje o sol saiu bem
Forte, limpo, com sua circunferência intacta
Fazendo jus ao seu poder

Sua luz invade cada pedacinho de terra
Até mesmo o mais longe
Ou aquele que, em vão, tenta se esconder

Eu o sinto ora aquecer, ora queimar
Ora simplesmente iluminar
Clarear tudo o que se mostrar perante a ele

Estrela maior, clareie então minhas ideias
Mostre-me que caminho seguir
Que atitudes tomar

Sei que você é para todos
Mas é que ainda estou buscando o meu canto
O meu lugar sob sua imensa manta dourada 


(Djavan Antério)