sábado, 17 de dezembro de 2011

Imagine

Imagine que não há paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
Acima de nós apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje

Imagine não existir países
Não é difícil de fazê-lo
Nada pelo que lutar ou morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz

Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Eu tenho a esperança de que um dia
você se juntará a nós
E o mundo será como um só

Imagine não existir posses
Me pergunto se você consegue
Sem necessidade de ganância ou fome
Uma irmandade mais humana
Imagine todas as pessoas
Compartilhando todo o mundo

Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Eu tenho a esperança de que um dia
Você se juntará a nós
E o mundo viverá como um só 


(Imagine - John Lennon)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Arte e Cultura


Recentemente, aqui em João Pessoa-PB, tivemos dois importantes eventos que simplificam bem como se pode fomentar a arte e a cultura de forma ampla e responsável.

O primeiro deles é o Festival Mundo (www.festivalmundo.com.br), organizado pela moçada do Coletivo Mundo (movimento Fora do Eixo), que teve agora sua sétima edição. Neste, tivemos a constatação de uma ascensão organizacional que se dedica ao cenário de produção artístico-cultural independente. O evento é caracterizado por uma conjuntura interessante composta pela conexão (na dose certa) entre música, arte, novas ideias, e, acima de tudo, uma postura sustentável da produção artística.

Neste ano fomos contemplados com muita coisa boa! Começando pelo “carro chefe”, apresentações como as dos Móveis Coloniais de Acaju, Camarones Orquestra Guitarrística, Reis da Cocada Preta e Chico Limeira, demonstraram que “música boa é música nossa”. 

Apesar de impasses lamentáveis, o Festival Mundo mostrou que chegou em definitivo. Contando com parcerias importantes, vem oferecendo a cada ano que passa, oficinas, palestras e debates, amostras, feira cultural, sessões de cinema e muita, muita música de primeiríssima qualidade. E o melhor, boa parte disso tudo é inteiramente gratuito, o que evidencia a bandeira erguida pelo movimento.

Outro evento que vem ganhando força é o Fest Aruanda (www.festaruanda.com.br) que coincidentemente também em esteve em sua sétima edição. Este ano o evento aconteceu num dos cartões postais da capital paraibana, o Tropical Hotel Tambaú.

O festival dedica-se a contemplar àqueles que atuam, de uma forma ou de outra, na arte audiovisual no âmbito universitário. Contando com o peso institucional da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), através de alguns dos seus mais importantes centros como o de Ciências Humanas, Letras e Artes e o de Comunicação e Turismo, o Fest Aruanda é marcado por dois pontos essenciais: a qualidade sobressalente das produções expostas; e o fato de ser totalmente gratuito. Além de sessões de cinema, o festival oferece seminários e oficinas, contando com a presença de nomes reconhecidos nacional e internacionalmente.

Muito me contenta ver eventos como estes ganharem força e se mostrarem melhores a cada edição. Tanto o Festival Mundo como o Fest Aruanda são exemplos práticos de que é possível oferecer eventos de qualidade e, de certa forma, gratuitos para uma população que ainda é carente de espaços que fomente a cultura de uma forma geral e igualitária.

Nosso povo é constituído de seres multifacetados que se caracterizam principalmente pela alegria de viver (apesar dos perrengues do dia a dia). Oferecer-lhes espaços, eventos, possibilidades de aprender, ensinar e compartilhar, é o mínimo que se pode fazer.

Parabéns aos dois eventos que, apesar das dificuldades inerentes, seguem firmes na expansão consciente da boa e saudável cultura.

 (Djavan Antério)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Pequena Miss Sunshine


Agora a pouco encontrei uma família na sala de espera de um consultório médico. Estava eu lá, esperando para mostrar uns exames rotineiros que sempre faço no final de ano. É o velho check-up que tanto recomendo!

Neste contexto o que mais me chamou a atenção foi uma linda garotinha que, apesar dos seus 4, 5 anos (no máximo), demonstrava tamanho carinho e preocupação com o pai que aparentemente estava doente.

Era uma família bem jovem. Acredito que os pais não eram muito mais velhos que eu. A mãe, com sua linda filhinha no colo, se desdobrava para fazer um cafuné no esposo doente. A filha, uma linda princesinha, passava carinhosamente as duas mãozinhas no rosto do pai dizendo: “Você vai ficar bom logo, viu?!” O pai, típico marinheiro de primeira viagem, sorria discretamente em resposta ao carinho que recebia das duas mulheres que, indubitavelmente, mais ama neste mundo.

Ao ver aquela cena, me ocorreu que de uns tempos pra cá venho pensando muito como seria ter uma filha. Sim, uma filha, uma menininha, uma “Pequena Miss Sunshine”! Isso porque sempre fui daqueles que almejou ter um moleque lindo, forte, esperto, cheio de energia. Imaginava levando-o ao parque, jogando bola na praia, tomando banho de piscina, ensinando a lição de casa...

É, mas hoje foi diferente. Acabou que me veio na cabeça quase tudo isso que mencionei, só que com uma linda garotinha. Imaginei contando uma história para ela dormir, carregando-a nos ombros no calçadão da praia, tomando banho de piscina, ensinando a lição de casa...

O fato é que cenas como esta que presenciei me dão a certeza de que ainda sim vale muito a pena constituir uma família.

Família para mim tem um sentido todo peculiar. É nela que carrego minhas energias; que me apoio em momentos mais difíceis; que me resguardo quando me sinto inseguro. É com ela que faço questão de dividir minhas vitórias; que me sinto mais a vontade; que me mostro por completo.

Sinto que a possibilidade de construir e propagar o “sentido família” que tanto aprecio é algo mágico, impossível de ser medido, avaliado, transpassado.

Aquela pequena e iniciante família me fez refletir que tudo começa do começo, caminhando passo a passo, enfrentando dificuldades, compartilhando alegrias, usufruindo de uma mesma esfera.

Mas querem saber o que mais me marcou?

Foi quando o pai, ao sair do consultório, tirou forçar sabe-se lá de onde, pegou a menina pelo colo e a esposa pela mão e saiu sorridente. Como se não bastasse, a linda garotinha arranjou tempo para me olhar nos olhos e dizer: “Tchau, você vai ficar bom logo, viu?!”

(Djavan Antério)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ainda Me Lembro


Ainda me lembro da escada
Do alarme, da tardinha, da entrada
Ainda me lembro da porta aberta
Do sorriso, do convite, da roupa passada

Ainda me lembro da conversa
Da risada, da madrugada
Ainda me lembro da saída
Da dança, da frase dita, da cantada

Ainda me lembro da emoção
Da timidez, da aproximação
Ainda me lembro do beijo
Do abraço, da historia distorcida daquela situação

Ainda me lembro do pouco a pouco sendo construído
Ainda me lembro do pouco a pouco se esvaindo

Lembranças que insistem em me acompanhar
Lembranças que hoje evidenciam que rumo tomar
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 You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now
[…]
And I don't want the world to see me
Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am

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Ainda me lembro!


(Djavan Antério)