sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A Moça do Samba


Como saber o que ela quer?
Já flagrei me olhando de lado
Assim, com o olhar meio baixo
Ora me encara, ora disfarça (em vão)

O sorriso de cantinho de boca me deixa inquieto
Penso eu: “Foi pra mim?”

Ela tem um jeito diferente de dançar
Samba direitinho, miudinho
Colocando o cabelo por detrás da orelha

Pouca maquiagem no delicado rosto
Mexe-se com desenvoltura, graciosamente
Logo se deixa levar pelo toque do pandeiro

Sua sandália rasteira obedece a cada gesto

Sutilmente morde os lábios
Olha para os lados
E me vê novamente

Quanto charme natural

Acho que já é hora de me chegar
Dançar pertinho, como quem não quer nada
Sentir se a tal química rola

A música continua
O som fica mais lento
Pergunto então se me concede uma dança

Ela me olha nos olhos
Sorri meio tímida
E responde dizendo que sim


(Djavan Antério)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Abraço Para Quem Gosta


Abraço de quem ama
Abraço de quem gosta
Abraço que encanta
Abraço que conforta


Abraço que alegra
Abraço de confiança
Abraço que carrega
Abraço de esperança


Abraço de segredo
Abraço de fé
Abraço que ameniza o medo
Abraço deitado, sentado ou em pé


Abraço de amigo
Abraço forte
Abraço querido
Abraço de boa sorte


Abraço de desculpas
Abraço de perdão
Abraço de boa viagem
Abraço de irmão


Abraço de saudade
Abraço de pureza
Abraço sem maldade
Abraço com firmeza


Abraço que aquece
Abraço arrependido
Abraço que não se esquece
Abraço coletivo


Abraço de pai
Abraço maduro
Abraço de mãe
Abraço seguro


Abraço...


(Djavan Antério)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Relevar



Por muitas vezes me pergunto do que vale guardar algo que não nos faz bem. Ora, se não nos faz bem, por que sustentá-lo, alimentá-lo, deixá-lo ocupar parte de nós?

Somos seres capazes de ir e vir, de rir e chorar, de guardar e relevar. Sim, relevar, proporcionar alívio, atenuar o que intimamente nos incomoda.

Se pensarmos bem, muitas coisas podem ser relevadas, não esquecidas, mas relevadas, postas de lado por um bem maior, por um conforto que não tem preço. Às vezes pelo coletivo, mas na maioria, por nós mesmos.

Sentir-se bem é algo extremamente valioso. Deitar-se a noite, por a cabeça no travesseiro que já se projeta como uma parte de nós, refletir acerca do dia que passou, dormir uma bela noite de sono... Não tem nada no mundo que pague!

(Djavan Antério)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Luz Dos Olhos


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Passo as tardes pensando
Faço as pazes tentando

Te telefonar

Cartazes te procurando
Aeronaves seguem pousando
Sem você desembarcar
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 Luz Dos Olhos
*Nando Reis
**Participação: Andréa Martins

(Djavan Antério)