sábado, 15 de dezembro de 2012

Assim Todos Ficam Bem

Entrei no carro, fechei a porta, liguei o motor e, quando dou seta para direita, pára na vaga à minha frente, um carro recém saído da loja (note que está sem placa). Estaria tudo tranquilo, na perfeita harmonia terrestre se... a vaga não fosse direcionada à deficiente físico.

Não resisti e fiquei enrolando. A intenção era de pelo menos ver se o motorista seria ou não deficiente. É, não era! Tratava-se de um senhorzinho, lá pela casa dos 60, 65 anos. Ele desce do carro lentamente, olha para a chave com uma cara de quem estivesse ainda aprendendo a manuseá-la, trava as portas.

Continuando a não resistir, baixo o vidro e falo baixinho: “Oi senhor, viu que aí é vaga pra deficiente?”

Ele olhou meio no susto, deu uma disfarçada (como se não fosse com ele), pensou rapidamente em que responder e venho até minha porta: “Como é, meu filho? “, perguntou ele.

Eu, já achando a situação meio engraçada (era um senhorzinho que parecia ser bem gente fina), repeti: “Não, é que aí é vaga pra deficiente, o senhor viu?” Antes que ele pudesse responder, complementei: “Olha, eu tou saindo agora. Que tal dar uma rezinha e colocar aqui no meu lugar? Assim todos ficam bem!”

Ele então me olha nos olhos, mais tranquilo, e diz: “É, eu tenho uma dorzinha nas costas, mas é melhor tirar, né?!”

rsrsrs

Figuuuuuuuura!
(Djavan Antério)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O Mundo Que Salta Aos (Meus) Olhos


Toda uma vida vivida
Singularidades aprendidas
Momentos compartilhados

Um legado construído
Conhecimentos transmitidos
Ensinamentos repassados

Preocupa-me apenas se o pouco que ensinei
Foi realmente assimilado, compreendido
Pois só assim a corrente continuará a se fortificar

Isso para que os erros não sejam os mesmos
E o mundo então seja melhor do que este
Que salta aos (meus) olhos
 

(Djavan Antério)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Quem Disse que Segunda-feira é o Pior Dia da Semana?



10 de dezembro de 2012, segunda-feira linda e brilhante aqui na “Terra do Sol”. Como de costume acordei cedo, preparei meu café e organizei o que faria no dia de hoje. Mas antes, quando dava aquele último gole de café contemplando a semana que acabara de começar, pensei: Quem disse que segunda-feira é o pior dia da semana?

Durante alguns minutos me dediquei a refletir de forma a advogar em prol desse dia que tanto é massacrado, denegrido, condenado por ocupar o primeiro dia da semana ativa que culturamente temos como período de trabalho.

Pois bem, cheguei a conclusão que é muito injusto a segunda carregar, sozinha, todo esse fardo. Sim, pois nenhum outro dia sofre esse tipo de bullying. E a justificativa para isso é simples, nenhum deles é segunda-feira:

- Terça é bacana porque já passou a segunda;
- Quarta é massa porque é dia de pelada com os amigos;
- Quinta já rola um happy hour;
- Sexta é sexta;
- Do sábado, “todo mundo espera alguma coisa...”;
- Domingão, apesar de morgado, é o dia de recarregar as baterias.
- Segunda... (Viiixe! Amanhã é segunda, é?!)

Ora, e se segunda estivesse no lugar da terça? Melhor, se ela fosse a consagrada sexta, um dos dias mais esperados por muitos. Mas tudo bem, vamos discutir segunda sendo ela mesma.

Tudo começa do começo, certo?! Partindo desse princípio, penso que o começo é um dos pontos mais importante de uma trajetória, de uma mudança, de um contexto. Segunda começo a dieta; segunda começo a treinar na academia; segunda começo a acordar mais cedo; segunda volto aos estudos; segunda vou ao médico; segunda ligo pra ela...

Tudo começa de algum lugar e, portanto, é normal que encaremos o começo o ponto mais difícil, o mais delicado, o que mais nos abala. Mas, se não fosse por ele, nada teríamos depois.

Acredito que aquela velha história de gostarmos do trabalho que temos também influencia. De fato, se pouco gostamos daquilo que fazemos, na segunda é o dia que temos de retomar tal atividade. E isso, sem dúvida alguma, colabora para o pecaminoso sentimento que se tem à segunda.

Esse ano tive a oportunidade de livrar a segunda da obrigatoriedade do trabalho. Pelo menos durante a manhã. Isso fez uma diferença danada. Não porque eu pude aproveitar o dia anterior até tarde, ou “acordar tendo o almoço como café”. Simplesmente começava a semana de modo mais tranquilo, sem o despertador, curtindo o iniciar do dia. Foi aí que comecei a aliviar a segunda de todo esse desgosto.

Hoje considero a segunda um dia muito especial. É quando começo um miniciclo; encaro meus afazeres; inicio minhas atividades. E acho que não estou sozinho nesse pensamento. Vejo a satisfação do trabalhador caminhando ritimamente com sua marmita, preparada com muito carinho por sua esposa. Percebo no bom dia das moças da padaria que, às 6:30 da manhã, já sorriem alegremente repassando o pãozinho fresco. E assim segue... no camarada do caixa; no vizinho aguando as plantas; no porteiro entregando a correspondência; na gentileza do motorista que cede a vez nesse trânsito louco...

É, me parece que o que torna os dias especiais não se resume ao que extraímos deles, mas sim a maneira que levamos e encaramos a vida.

(Djavan Antério)