sexta-feira, 25 de outubro de 2013

2013, gratidão


Sei que ainda está cedo, mas acredito que já posso dizer: 2013, gratidão!

Lembro que em 2011 eu tinha a plena convicção que aquele seria “o ano pra mim”. Pois é, errei em 730 dias. E posso falar? Que bom que foi assim! Digo isso por uma única e específica razão: “sou outro, sou melhor”.

Nesses dois anos aprendi muita coisa. Aprendi a ser mais responsável com meus afazeres; aprendi a organizar mais meu tempo, otimizando minhas ações; aprendi que os frutos só vêm após uma plantação bem feita, bem cuidada; aprendi que o amor se revela de diversas formas.

2013 não acabou, mas posso dizer que ele foi (e está sendo) muito generoso comigo. Meu crescimento – intelectual, sentimental, espiritual – é evidente. E isso se deve principalmente pelas relações sociais estabelecidas com aqueles que me entornam. Falo da família, amigos, colegas, alunos. Todos, de forma peculiar, colaboraram para modificações e transformações em meu ser. E sou extremamente grato por isso.

Fazendo uma sucinta análise reflexiva do “eu de hoje” com o “eu de ontem”, ao afirmar que sou outro, quero dizer que sou diferente, no sentido de que “a cada minuto que passa, somos seres modificados”, assim como a natureza que nos acolhe. E, ao dizer que sou melhor, é exatamente isso! Melhor em acreditar nas pessoas; melhor em tentar fazer sempre o bem, sem ferir/agredir quem quer que seja; melhor em compreender a linguagem silenciosa do universo; mas, principalmente, melhor em vivenciar a vida com amor e gratidão.

Hoje meus interesses são outros, desprendidos de minha realização pessoal. Ela vai mais além, transcende o egocentrismo tão fomentado pelo mundo competitivo que nos engole e nos corrompe. Na realidade, a convicção agora se refere à certeza de que só estarei bem se os próximos a mim estiverem também. Nessa lógica, os próximos dos próximos da mesma forma. E assim temos uma corrente sem fim...

É, 2013 me trouxe só coisas boas, em todos os sentidos (Até as ruins foram boas!). Os ventos sopraram forte, porém preservando a navegação. Só espero corresponder a toda essa generosidade, buscando ser sempre alguém melhor, alguém sensível ao mundo. E mais, como disse em outra oportunidade, espero sempre que minha felicidade possa contagiar todos à minha volta.

2013, gratidão!

(Djavan Antério)

sábado, 21 de setembro de 2013

Nesse Mundo Vaivém


Nesse mundo vaivém, encontramos pessoas e pessoas...

A grande maioria simplesmente passa por nossas vidas. Outras passam, mas deixam algo. Algo diferente, maior, agregador: conhecimento. Conhecimento de causa, de caso, de vida.

Somos seres iguais, porém com diferentes formas de ver e enxergar o mundo que nos entorna. É incrível como algo pode ser uma coisa para mim e outra, totalmente diferente, para você. Isso é ótica, caracterizada por formas distintas de abstrair e conceber as transformações que se dão a todo tempo e em todo lugar.

Geralmente somos levados a enxergar pelos olhos dos outros, submersos numa acomodada estrutura fabricada, mascarada, onde o valor do próximo está nas coisas que tem, e não no que é e/ou representa. (Isso me deixa triste!).

Mas existem pessoas por aí dispostas a trocar uma ideia, sentar num papo bom, trocar vivências e aprender sempre um pouco mais... Há quem as denomine como “irmãos celestiais”.

Dentre as diversas sensações e emoções que brotam de um encontro assim, três se destacam: a Paz, o Amor e o Respeito. Basicamente tudo o que precisamos na vida. O que vier além disso deve vir pra somar, não ofuscando essa “tríade base”, pois é nela que devemos nos fortalecer e por meio dela que devemos partilhar.

Independente de onde estejamos, somos partes de um todo. Procuremos, então, assimilar e aceitar as diferenças, enfocando o entrelaçamento de ideias, de aprendizagens, de experiências, entendendo que ninguém é mais do que ninguém. Somos moléculas de uma mesma terra; somos energia de um mesmo céu.

Aprenda comigo e me permita aprender com você.

(Djavan Antério)

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Guardamos Coisas


Quando se é criança, guardamos coisas que às vezes nem sabemos do que se trata... Tá aqui um exemplo!

Há muitos e muitos anos, quando um vizinho meu estava para ir embora de onde morávamos, ele me deu essa simpática caixinha laranja e disse:

"Oh, durante muito tempo guardei coisas especiais aqui dentro. Foi meu pai quem me deu... agora, gostaria que ficasse com você, meu parceirinho!"

Puxa, aquilo significou muito naquele dado momento. Tanto é que, além de também guardar coisas especiais minhas, carregar um significado passado de pai para filho e de filho para amigo, guardei durante todo este tempo.

Hoje, organizando umas coisas, a encontrei, empoeirada e com ainda coisas especiais dentro. O curioso é que só hoje percebi que se trata de um "interruptor" de ferro, acho que usado em grandes complexos como usinas, fábricas, bem coisas do tipo que havia onde vivíamos, em meio a mata amazônica!

Sentindo aquela nostalgia agradável, comecei a sorrir sozinho...

Por onde quer que esteja... Valeu, Gu!

(Djavan Antério)

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Na Fila da Padaria



Na fila da padaria...

“Boa tarde, tudo bem?! Me vê aí dois reais de francês e esses pãezinhos de queijo que ainda tem aqui, por favor.”

Ouço então uma voz meio rouca, baixinha, delicada: “Ai, fiquei sem meu pãozinho de queijo!”

Virei disfarçadamente e me dei com uma doce velhinha. Cabelos brancos, lisos, com um cocó meio querendo se desfazer, uma manta de renda por sobre os ombros, usava pequeninos óculos de grau e segurava uma carteirinha surrada de couro. (Lembrei muito da Dona Benta, Sra. Doubtfire, sei lá...).

Disse a ela que poderia ficar com os pãezinhos que não haveria problema. Ela não aceitou! Disse então que poderíamos dividir (daria uns 4 pra cada). Ela então me olhou meio envergonhada e disse: “Precisa não, meu filho, é que sempre que venho aqui, peço um pãozinho desses pra provar (hihihi)... É só tradição mesmo!”

Aí eu: “E a senhora acha mesmo que eu seria capaz de quebrar uma tradição dessa?” Peguei um guardanapo e dei-lhe seu “pãozinho-de-queijo-de-cada-dia”.

Ela sorriu!

(Djavan Antério)

domingo, 14 de julho de 2013

No Dia do Rock, Ouvi Reggae


Hoje, 13/07, dia do Rock*, tudo conspirou para que fosse o Reggae, o estilo musical do dia.

Primeiro que o dia tava daquele jeito, um sol maravilhoso, uma leve brisa fria (por conta da época) e tratava-se de um sabadão. (Viiiiixe!!!)

Ainda cedo fui, dei boas-vindas ao sol, dizendo-lhe que era sempre muito bom revê-lo, e aproveitei para regar as plantinhas que me fazem companhia aqui em casa.

Pois bem, na noite anterior tinha revisto um filme que trás, em seu desenrolar, uma pequenina referência ao “rei”.

Diz assim:

Ele tinha uma ideia... Acreditava que poderia curar o racismo e o ódio, literalmente, curá-los, injetando música e amor na vida das pessoas. Uma vez, quando estava agendado para atuar num comício de paz, um assassino foi a casa dele e alvejou-o. Dois dias depois, ele subiu àquele palco e cantou! Alguém lhe perguntou, "porquê?”. E ele disse: "As pessoas que estão tentando fazer deste mundo pior, não tiram dias de folga. Como eu poderia? Iluminem a escuridão."

Daí, meus caros, com essa profunda mensagem de amor lá dentro do inconsciente, um sol daquele, o dia daquele jeito... Ahhhh, não deu outra: Stir it up!

O dia foi massa! Voleizinho de praia com os amigos (de outrora) e aquela contemplação ao mar com meu irmãozinho e a especial cunhadinha. Apesar de ter rolado um rockzinho da melhor qualidade naquelas horinhas, meu espírito ainda assim estava dançando leve, com saltitos discretos, tronco lá e cá, braços como pêndulos... e a mente... num universo paralelamente perfeito!

Retorno ao lar e o que faço? Tomo aquele banho – lavando o sal que nos livra das impurezas – e termino o dia com um vinhozinho, alguns pedaços de queijo e... muito Bob Marley, ora essa!!


(Djavan Antério)

*Postado 24hs depois!

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O Gigante Não Pode Mais Dormir


Como muito já se falou e se fala, resumirei meu comentário sobre o dia de ontem em poucas palavras...

Inicialmente exponho a emoção de estar em meio a uma energia coletiva que se mostrou forte e contagiante. Pude ver criancinhas, idosos, pessoas com necessidades especiais, militantes, estudantes, trabalhadores, enfim, um verdadeiro aglomerado de brasileiros e brasileiras que, de alguma forma ou de outra, não mais suportam o atual cenário em que o Brasil se encontra. E tudo de forma muito pacífica e apaixonante!

São muitos aspectos que pesam a favor do acontecimento, que já entrou para história. Só o fato da mobilização representa um considerável avanço (Há tempos o país conclamava por isso). Pontualmente falando, a efetiva repercussão nas tarifas do transporte público, foco principal da manifestação, é o que configura uma grande vitória.

Ademais, a pulsação dos inúmeros corações nas avenidas reflete o “nó da garganta”, o “sufoco do coração”, a vontade de fazer algo. E é justamente nesse “fazer algo” que reforço a necessidade de "acordarmos todos os dias". Irmos às ruas é sim muito significativo, é mostrar que temos sangue nas veias. Mas é preciso muito mais que isso. O gigante não pode mais dormir!

Precisamos nos aprofundar nas causas, entender o que está acontecendo e o que podemos fazer para mudar o rumo da história. Quer saber de que forma podemos começar? No voto! Pesquisando, investigando quem pode melhor nos representar. Não cair na lábia, na tentação daquele “pre$entinho”, na maré “vai com as outras”.

Não aceitemos os fatos como estão; não sejamos passivos, inertes ao poderio mascarado que se alimenta de nossa ignorância, de nossas dificuldades, de nossa garra em suportar e superar os percalços da vida.

A verdadeira mudança não acontece de uma hora para outra. Muitas vezes, ela só se consolida com o passar de anos. Mas o importante é que ela acontece, né não?! Sabe a velha história de “deixar um país melhor para nossos filhos?” Pronto, é mais ou menos isso. Portanto, é no agora que as mudanças devem começar.

Ontem foi LINDO!
Muitos corações juntos.
Muitas vozes num só coro.

Tive a oportunidade de abraçar muitos corpos: colegas, amigos, conhecidos... E sabe, se brincar, pude sentir as batidas dos corações palpitantes.

Outra coisa emocionante, mas bem particular: MINHA FAMÍLIA estava comigo! Irmão, cunhadinha, tio e ela, meu grande amor, minha mãe, a quem sou fã incondicional, a quem dedico e dedicarei sempre boa parte de minha energia.

Mãe, a senhora foi demais, mesmo sumindo (dando trabalho – rs) em meio à multidão, munida de seu cartazinho que fez tanto sucesso (Dizia ele: Vossa Excelências, não sabem de onde tirar?? Comecem pelo próprios salários!). Foi muito bom vê-la sorrindo, feliz, esquecendo-se de problemas menores e perfeitamente superáveis. Sua alegria é minha alegria! (Te amo!!)

No mais, vamos seguir juntos, meus irmãos, atentando-nos aos detalhes, as minúcias dos acontecimentos, em prol de um Brasil maior e melhor... PARA TODOS!

21.06.2013, João Pessoa/PB
 
(Djavan 'Brasileiro' Antério)

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Para Saber Melhor


Na delicada caminhada da vida, nos deparamos com situações diversas. Algumas delas repercutem de forma direta no montante final, quando nos estabilizamos, constituídos de uma família e de um lar.

Atualmente tenho visto a vida através de um outro prisma, considerando, sobretudo, o esforço que fazemos para conquistar nossos sonhos, de maneira serena, lúcida e verdadeira. E é bem verdade que nem sempre conseguimos aquilo que queremos. Mas o importante é lutar, é tentar, é fazer valer o ato de sonhar.

E se me permite um conselho: APRENDA COM OS ERROS!

Não é vergonha nos arrependermos, voltarmos atrás, desdizermos o que dissemos. O que vale é a intenção de sustentar a crença, sonhar o sonho até o momento que ele desflore em realidade, quem sabe.

A vida ensina (e ensina demais) e com ela não há “meias palavras”. Ou vai ou vai! Tenho aprendido isso na pele, na alma e... no coração.

Por isso, todo dia, ao me deitar, agradeço por tudo. Acordando, peço sabedoria. Não para saber mais, mas para saber melhor. Saber como melhor lidar com aquilo e aqueles que fazem do meu mundo um mundo de todos.

(Djavan Antério)

sábado, 4 de maio de 2013

Ainda Somos Os Mesmos, Só Que Diferentes

 

Fatos inegáveis? Ações contestáveis?
Talvez apenas movimentos dispersos num contexto diferente...

Comparações? Frustrações?
Talvez seja porque o tempo não é exatamente o mesmo de outrora...

E o que dizer do tempo?
Não sei, mas certamente ele implica mudanças.

Você aprende,
Eu aprendo,
Nós aprendemos.

Ninguém é a mesma pessoa para sempre.
Na verdade, cada minuto nos modifica.
Nossa interação com o mundo é constante
E desprendida de nossas vontades.

Você muda,
Eu mudo,
Nós mudamos.

Agora, se olharmos lá no fundo, bem no fundo,
Reconheceremos algo.
Alguma coisa será familiar.

Então, se dermos a devida chance, constataremos que,

Apesar dos aprendizados,
Apesar das mudanças,
Apesar de termos feito tudo o que fizemos,
Ainda somos os mesmos,

Só que de uma forma diferente.

(Djavan Antério)

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Educar é Preciso


Muito bacana ver estratégias alternativas que incentivam e auxiliam o processo de ensino-aprendizagem em nossas escolas. Temos aí o mais novo hit da internet, o Rap da Pilha. Um professor carioca que ensina química por meio de paródias de funks conhecidos.

Muito bom mesmo! Contudo, permitam-me expor uma outra ótica acerca do assunto.

Atualmente, a educação brasileira passa por um período delicado, principalmente no que concerne seu processo no âmbito escolar. Buscando uma especificidade no assunto, refiro-me à cultura de ensino mecanizado, que visa, sobretudo, a aprovação nos vestibulares. E nisso, infelizmente, estamos ficando cada vez mais especialistas.

Um “documentário” recente que contemplou bem o assunto foi “A Verdade de Cada Um”, no National Geographic (Brasil), uma parceria do canal com Fernando Meirelles. O programa trouxe à tona o sistema educacional brasileiro, retratando a realidade de profissionais da educação, alunos e escolas de diferentes classes sociais da grande São Paulo. Dentre as diversas problemáticas, uma das que mais se destacou – até pelo peso concreto – foi justamente essa cultura sobre a qual me referi.

Temos um gigantesco mecanismo que investe em resultados estatísticos. Geralmente são escolas particulares, renomadas e de alto custo. O perigo é que se faz de um tudo pelos primeiros lugares nas aprovações (e quanto mais, melhor), inclusive passar por cima do real aprendizado.

Período de vestibular é típico, você constata inúmeros outdoors estampando rostos de jovens que, inconscientemente (ou não) se configuram como ferramenta de manobra, alavancando o nome da escola que “tão bem os treinou”.

Aí vem o problema maior: O que acontece se as escolas privadas, munidas de mais do que suficientes recursos, escoam para universidades públicas – pois ainda são as melhores – seus alunos? A grande massa fica de fora, ora essa! Pior, é justamente esta massa que sustenta a máquina de ensino superior privada. (Olha que contraditório!)

Não estou transferido a culpa de nossa educação pública ser e estar do jeito que está, para as privadas. Absolutamente! O que questiono é a maneira que as coisas estão se procedendo. Minha crítica recai diretamente na metodologia que impera nas escolas, aquela que atribui ao aprendizado a mera aprovação por meio de notas; que tem como lastro as estatísticas quantitativas.

Não estou afirmando também que é o caso desse “professor funkeiro”. Não, não... Muito pelo contrário, sou a favor de práticas alternativas, que visem, sobretudo, a melhor assimilação do conhecimento. A questão é saber se por trás do “show” há uma preocupação maior, voltada a real aprendizagem.

De qualquer forma, fico com pé atrás, principalmente quando leio: “Fulando de Tal é um professor incomum -- ele não reclama do salário, das condições de trabalho, nem tem problemas de disciplina com seus alunos. Ele ensina disciplina tal em escolas PARTICULARES...”

(Djavan Antério)

P.S. Olha só, achei aqui o episódio “A Verdade de Cada Um - Educação”, do NetGeo:


segunda-feira, 1 de abril de 2013

Somos Nossas Ações


Mais do que palavras, somos nossas ações. Por isso ser mais fácil dizer o que queremos do que não expressar o que sentimos. Falar e escrever são ações comunicativas da linguagem verbal, aquela que age de forma direta, concreta, objetiva. As ações (gestuais/posturais/espaciais) não, é parte do grandioso universo da linguagem não-verbal, sensível por natureza e subjetiva por adequação.

A partir daí, podemos instigar a seguinte reflexão: Como ser mais em nossas ações? Isto é, o que podemos fazer para que nossas palavras sejam e/ou estejam em sincronia/harmonia com nossas ações? Eis um desafio e tanto! Há tempos venho tentando ajustar esses ponteiros, organizar o falado com o expressado; o escrito com o não dito. Confesso que a balança pende mais para o insucesso, mas o importante é não deixar assim.

Depois de muito tentando, acredito que tenha encontrado um dos ingredientes para o êxito. Nada muito especial ou merecedor de prêmio. Digamos que se trata apenas de um “achado”. O que faço é prestar bem atenção naquilo que digo. Sabe quando escrevemos e revisamos um texto? Pois é, mais ou menos assim.

O problema é que na fala não é possível revisar. A saída então é exercitar a reflexão imediata, aquela que se antepõe à construção das frases antes de serem efetivamente ditas. No meu caso específico procuro desacelerar a fala. Penso, reflito e solto... palavra por palavra. Entretanto, isso é apenas o pré-requisito. Dessa dinâmica, do pensar-refletir-falar, é que emerge a análise da compatibilidade existente entre minha fala e minhas ações.

A intenção suprema é comprovar se está havendo ou não sincronia entre fala e ação. E olha, muitas vezes estamos em contraste! Não estou afirmando que, por não haver consonância temos aí mentiras. Absolutamente! Por isso uso “sincronia, harmonia, consonância, compatibilidade”. Penso apenas que é possível melhor ajustar os pares, aperfeiçoar as linguagens, buscar coesão na essência e na intencionalidade.

Afinal, definições advêm de ações, não de palavras ou de teorias soltas e infundadas. Nas palavras você pode ser quem quiser. Nas imagens você pode aparentar o que bem entender. Agora, nas ações, nas expressões, na corporeidade íntima da pele... Aí a lógica é outra! Mais do que palavra, somos olhar; mais do que escrita, somos toque; mais do que imagem, somos gestos. E antes de qualquer coisa, de qualquer outra pessoa, é preciso que entendamos isso.

(Djavan Antério)

quarta-feira, 6 de março de 2013

Contribuinte da Era

 

Talvez você devesse incluir em suas reflexões, ações provenientes de suas próprias intenções. Muitas vezes somos incapazes de fazer uma autocrítica, mas, de forma dura e inconsequente, julgamos aqueles que nos cercam. Vivemos atualmente um mundo de superficialidades, onde o sorriso oculta a dor, a imagem já não tem cor e tudo parece ser perfeito. Pare e cuide um pouco de você mesmo. De alguma forma isso repercutirá na sua interligação com os outros e com o mundo. Caso contrário, como a grande maioria, você será apenas mais um passageiro na época e não um contribuinte da era. 

(Djavan Antério)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sabe Aqueles Dias em que Tudo dá Errado?


Sabe aqueles dias em que TUDO DÁ ERRADO?
Pois é... hoje não foi assim!

Em meio a uma semana bem carregada de atribuições, fui obrigado a reservar quase que um dia inteiro para ir ao mecânico. Aí você já pensa: “Ixe, Mecânico?!”

No começo de janeiro fiz aquela velha revisão preventiva no carango, dando um grau nos bicos; óleo do motor, do freio; pastilhas; direção hidráulica; e por aí vai... Pois é, não é que de uns dias pra cá começou a tomar conta da área interna do carro um forte cheiro de gasolina?! Qual foi minha reação? “Pow, fiz uma revisão agora a pouco e me aparece isso?”

Fazer o que? Fui lá resolver!

Ainda mais envolvendo gasolina... dentro do carro, tá louco!

Tinha tudo pra ser aquele dia complicado. Chá de cadeira, diagnósticos imprecisos, valores exorbitantes, calor esquentando o juízo. Digo calor porque serviço mecânico pra mim tem que ser naquela oficina não tão organizada, meio suja de graxa, algumas ferramentas pelo chão e tal. O mecânico tem que ser “responsa”, articulado, sem muito blá blá blá, trajando aquele macacão que nem se sabe a cor de tão sujo. Se for o dono da oficina então, melhor ainda, tá lá com a mão na massa! Concessionária autorizada, só para manter a garantia. E olhe lá! (Quem manja sabe!).

Continuando...

Liguei para um chegado meu, perguntei se tinha alguma indicação bacana para fazer tal serviço. Ele não só disse que tinha como prontamente se disponibilizou pra ir junto. (Parceiro é parceiro!)

Fomos, chegamos e mostramos o problema. Em menos de dois minutos constatamos o que era, quanto era e o tempo que levaria para trocar a peça. Maravilha! Pra não dizer que tudo foi fácil, tive de ir a outro lugar porque lá no camarada não tinha a peça nem ninguém que a fornecesse. Mas tranquilo, o próprio mecânico tirou seu smartfone (éééé, tá pensando o que?) e ligou para um contato, mediando todo o processo. Para me preparar, pedi que perguntasse quanto custava. – Tava especulando com meu parceiro quanto seria. Chutamos na faixa de 250, 300 pila. Foi nada! Chegou nem em 100! – Agradeci e fui “mimbora”.

Na trajetória passei em frente a uma conhecida loja de sucata. Um dia desses aprendi que muita coisa se resolve com peça usada. E o melhor, por bem menos “ca$calho”. Pensei, se lá vai ser 100, rolando aqui deve ser metade, no mínimo. Parei e perguntei sobre uma tal de “Flange da Bomba de Combustível”. Falei que tava indo a loja X pegar uma nova, mas queria dar uma tentada por ali. Cinco minutos depois o DONO volta com a danada na mão. Então... olha só a franqueza do cara:

“Amigão, tá aqui, eu tenho ela e outras muitas peças de um carro igual a esse seu, que chegaram faz nem 15 dias. Mas deixa eu te falar, essa peça aqui não vale a pena pegar usada. Ela é de plástico, tem uma vida útil certa e é barata. Vai lá nessa loja que você tá indo. Vale a pena. A galera inclusive alivia na mão de obra.” Olhei pra ele e disse: “Nossa, valeu, brother, você tem toda razão!” Apertei a mão do cara e segui meu caminho.

Chegando à loja foi jogo rápido. Pá Pum e tudo tava resolvido. Porém um fato me chamou a atenção. Em um determinado momento, coloquei meu celular em cima do balcão. Ele estava perto, fui apenas beber uma água. Mas de fato, por alguns segundos, tirei os olhos dele. Quando voltei, uma senhorinha (aquela tipo avó, sabe?) me entregou o celular dizendo: “Meu filho, deixe seu aparelho assim não. Nunca sabemos quem está ao nosso redor. O mundo hoje não é mais o mesmo.” Olhei pra ela e disse: “Obrigado! Ainda bem que existem pessoas como a senhora que podem estar ao redor, né?!” Ela sorriu graciosamente e foi embora. Bacana, né?!

Ainda na oficina, aproveitei para perguntar sobre a direção do carro. Tava achando meio dura, amarrando demais, para ser uma hidráulica. O mecânico então falou que tinha um contato de um camarada que só mexia com isso e recomendou que eu desse uma chagada por lá. Peguei o número e não contei conversa, fui logo ligando. Já era tarde, perto do anoitecer, mas o Saulo lá (Saulo - Só Hidráulicos. No Distrito Mecânico. Recomendo!) disse para eu dar uma passadinha que ele olhava.

Como disse anteriormente, na revisão que fiz, a caixa de direção entrou no bolo. E pense num servicinho salgado no preço. Chegando no Saulo fui bem franco: “Rapaz, fiz o serviço tal e achei que a direção não ficou como antes. Tá meio dura.” Ele entrou no carro, ligou e foi incisivo: “Tá dura e tem jeito! Posso deixar mole que num assopro a danada gira.” (Foi engraçado!) Perguntei quanto seria e ele me disse que esse serviço sairia em torno de 150, 200 reais.


Tomei um susto! Também pudera, não faz nem dois meses que fiz um serviço grande na caixa hidráulica e vou ter que gastar essa grana só para deixá-la mais leve. (Negativo!) Vale ressaltar que voltei lá contestando a direção, mas, segundo os “especialistas”, era normal, relaxaria com o tempo, pois a peças eram novas. Falei tudo isso ao Saulo e, por curiosidade, ele perguntou quem foi que fez o serviço. Aí a grande virada, era um conhecido dele. Na mesma hora ele pegou o celular e... e... ligou pro cara, acredita?!

“Fulano, tranquilo? Oh, tou aqui com um cliente teu, Djavan. Ah, lembra?! Pronto! Oh, a direção dele tá mesmo dura. Nesse caso você tem que fazer isso e tal...” Ficou lá dando umas dicas durante uns 3 a 5 minutos. Depois que desligou ele disse que o cara tava começando agora e era comum ele vir pedir umas dicas. Que apesar de tudo, era um "caba bom" e competente. Disse ainda que tava tudo certo e que não teria problema, só que eu economizaria 200 reais e todos ficariam felizes (Disse isso dando um sorrisso de canto de boca). Olha só a postura do camarada?!?! Agradeci elogiando a atitude e segui meu rumo. Amanhã cedo tou lá pra resolver...

Bom, sei que me estendi no relato, mas tive que escrever sobre. Isso para mostrar que pessoas boas, corretas, gentis, existem e estão por aí... Hoje era um dia que tinha tudo para ser estressante, complicado, de quebra, com alguns possíveis gastos/prejuízos não programados/esperados. Só que não!



Hoje, definitivamente, TUDO DEU CERTO!

(Djavan Antério)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O Mágico do Caixa Eletrônico


Acabo de chegar da rua. Dentre outras coisas, dei uma rápida passada no banco e, por ser mágica a vida, olha só o que me sucedeu...

Sendo que quase tudo, em relação às transações bancárias, pode ser resolvido no caixa eletrônico, lá estava eu esperando numa pequena fila para efetuar um depósito. Enquanto esperava, notei uma pequenina menina, lá pelos seus 6, 7 anos de idade, que, grudada na barra da saia da mãe, observava com atenção todo o procedimento adotado para a transação. Pelo que vi, ela esperava principalmente os momentos em que a máquina “engolia” o envelope e depois “cuspia” o comprovante. Engraçado como criança é curiosa, né?! (Quem dera se sustentássemos essa curiosidade natural durante toda a vida).

Bom, nos demais caixas, pessoas acessavam e saiam. Só que a mãe da menininha estava demorando mais do que de costume. Acho que tinha deixado acumular algo...

Chegou minha vez e lá estava ela bem ao meu lado, atenta a “boca gulosa” do caixa. Eu então me aproveito e faço toda uma performance. Movimentos amplos, caras e bocas e um trejeito digno de mágico. Isso já foi suficiente para reter ainda mais a atenção daquela miudeza de pessoa. Só que não parei por aí!

Antes que saísse o comprovante, me vou, fingindo que o esqueço. A intenção era fazer com que a pequenina me avisasse. Bem, ela não chegou a me chamar (Se por um lado criança é curiosa, do mesmo jeito ela é tímida, ainda mais com estranhos, certo?!) Daí, enquanto caminhava dei uma rápida olhadinha para trás. Lá estava ela, olhando para mim com um lindo franzido na testa. Esperei, esperei... Ela então, timidamente, apontou para o local onde sai o tal papel. Voltei, no melhor estilo “minha nossa, como é que eu pude esquecer?” e retirei o comprovante. Só que o fiz num movimento rápido aos olhos dela, dando impressão que ele havia “desaparecido”. Ela então se espantou. Coloquei lentamente a minha mão no bolso e... tchan tchan tchan tchannnn... lá estava ele. Ela então sorriu, a mãe sorriu e eu sorri.

A vida é composta de diferentes momentos. Não podemos esquecer os momentos mágicos em que somos e/ou voltamos a ser criança. Hoje, durante alguns poucos minutos, fui o “Mágico do Caixa Eletrônico”.

(Djavan Antério)