quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Belo Monte


Usina Hidrelétrica Belo Monte, se você ainda não ouviu falar, vai ouvir!

Belo Monte é um projeto de construção de uma usina hidrelétrica previsto para ser implementado em um trecho de 100 quilômetros no Rio Xingu, no estado do Pará. Será a maior hidrelétrica totalmente brasileira, considerando que a Usina de Itaipu é binacional (em sociedade com o Paraguai), e a terceira maior do mundo. A usina terá capacidade instalada de 11,2 mil megawatts de potência e reservatório de 516 quilômetros quadrados. Até o momento, o empreendimento tem apenas uma licença parcial do Ibama para instalar o canteiro de obras.

Atualmente vem sendo crescente movimentos (nacionais e internacionais) contrários a obra. O mais em evidência aqui para nós é o recente Movimento Gota D´gua (http://youtu.be/kAAdXrdXSpM). A campanha convoca os brasileiros a assinar uma petição que será entregue à presidente Dilma Rousseff pedindo a interrupção imediata das obras e o incentivo a políticas alternativas de geração de energia limpas e justas para toda a população brasileira. Inspirado no projeto Five Friend-Vote (http://youtu.be/VhDRVKDcXQo), produzido por Leonardo DiCaprio e dirigido por Steven Spiedlberd em outubro de 2008, o vídeo traz argumentos apresentados por diversos setores da sociedade, como ambientalistas, pesquisadores, cientistas, organizações de defesa dos direitos humanos e o Ministério Público Federal.

Pois bem, não discutirei a fundo questões ambientais, pois não sou o mais hábil para isso. Deixo, portanto, um link de um estudo realizado por Doutores especialistas no assunto: http://bit.ly/2yw0IY Aqui, darei apenas minha opinião sobre a importância em pesquisarmos e discutirmos a respeito de algo tão importante para todos, inclusive para o planeta em que vivemos.

Começo elucidando minha visão em relação a movimentos como este, o Gota D´gua (GD). De início, particularmente, o tal vídeo teria mais credibilidade se, em meio aos atores, inserissem depoimentos de ESPECIALISTAS sobre o assunto. Não sei você, mas quando vejo algum movimento deste nipe e nele estão presentes Doutores-PhD, já fico mais seguro sobre a informação. Claro que também dou uma "googlada" atrás dos currículos dos camaradas.

O fato é que tem muita gente querendo se promover com “movimentos altruístas” no mundo todo. Fazendo uma leitura imediata do GD, sinto um pouco disso. Primeiro por não ter depoimentos de especialistas. Segundo por não ter representantes de peso, olhando, de fato, para a câmera – “face a face” – falando sobre o assunto. Pelo contrário, temos pouquíssimos atores renomados (no momento nem me lembro quais), algumas “gostosas”, outras lindinhas, alguns bonitões, e um aspirante a ator querendo bancar uma de DiCaprio brasileiro: "Eu não sou o DiCaprio, maaaaaaaaaaaassssssss... assina."

Como assim, meu camarada? Você acha mesmo que o que move a grande massa consciente do planeta é um bonitão de Hollywood ou uma sex simbol dos anos 80, 90, 2000 tirando o sutiã? Aliás, diga-se de passagem, o vídeo brasileiro é uma “cópia” do gringo, só que com diferenças tênues que evidenciam os limites criativos de quem quer simplesmente “copiar-colar”. Tenho certeza que nem o próprio Leo pensa assim. Se ele usa da imagem é porque tem ciência de que os holofotes estão direcionados a ele, e com isso, suas atitudes, por menores que sejam, repercutirá imensamente.

Pensando de maneira irônica, que bom seria se tivéssemos no tal vídeo um Tony Ramos da vida, ou uma Fernanda Montenegro, um Ricardo Boechat, o Bonner, até o Jô rolava. Tudo pela credibilidade momentânea. Agora, melhor que estes seriam moradores das redondezas, pessoas que transmitissem no olhar o drama que será após a efetivação da obra. Mas tudo bem, a questão não é bem essa...

Apesar dos pesares, está se falando sobre o assunto. E isso não tem preço! A base da discussão deve ser realmente a questão ambiental, as soluções para o desenvolvimento sustentável do Brasil, e não o sutiã da Maitê, tal como demonstra a manchete aqui: http://bit.ly/uFEln5 Mais uma vez, tranquilo, se brasileiro gosta é de bunda, chamemos sua atenção com bunda, peito, a porra sexual toda!

Voltando à questão central, acredito que o debate deve ter um foco central, que amplie o conhecimento de toda uma população acerca do rumo político, social, econômico e ambiental de seu país e do mundo em que vive. Sendo assim, evidencio trechos chaves da tal petição:

(I) Ouvir os argumentos da população do Xingu, dos ambientalistas, técnicos e cientistas verdadeiramente empenhados em achar soluções para o desenvolvimento sustentável do Brasil;

(II) Fim dos discursos ambientalistas de palanque e o avanço na direção de uma discussão verdadeira em prol de políticas alternativas de geração de energia sustentável - capazes de gerar a energia necessária ao desenvolvimento do país, sem arruinar um ecossistema dessa magnitude;

(III) Interrupção imediata das obras de Belo Monte e a abertura de um amplo debate, que convoque os brasileiros a refletir e a opinar sobre qual modelo de progresso estão dispostos a perseguir, cientes das conseqüências de suas escolhas.

Por fim, posiciono-me contrário às obras desenfreadas que apelam sob argumentos superficiais, imediatistas, e, o pior, pouco fundamentados. Defendo o debate transparente e amplo, que destrinche questões tão delicadas como o da Usina Belo Monte. 

(Djavan Antério)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

São Eles

Em alguns momentos na vida, em alguns poucos momentos na vida, devemos tomar decisões importantes, definitivas, categóricas. O problema é que por muitas vezes sentimos medo, insegurança, receio de ter tomado o caminho errado. Entretanto, a vida é feita exatamente disso: momentos, escolhas, decisões, riscos.

Taí, arriscar é algo que considero fundamental nos tempos de hoje. O paradoxo é que eu mesmo não sou tão assim, de “chegar e ir”. Sou muito sensato às vezes, me preocupo demais com o amanhã. Na verdade, queria mesmo era ser como meus ancestrais indígenas que comiam o peixe pouco se preocupando com a pesca do outro dia. (Estou trabalhando nisso...)

Mas de uma coisa tenha certeza, mesmo dando errado, mesmo a escolha sendo a mais equivocada, mesmo a decisão sendo precipitada, é fundamental termos alguém para segurar nossa mão. Engana-se ao pensar que podemos chegar sozinhos ao topo, ao melhor. Mesmo aqueles que dizem que conseguiram individualmente, tiveram pessoas-chaves que, de uma forma ou de outra, auxiliaram, ajudaram, impulsionaram na hora da “ladeira mais íngreme”. O problema está naqueles que não enxergam ou não reconhecem isso.

Tenha sempre por perto aqueles em que pode confiar e contar. São eles que estarão na retaguarda se porventura o caminho não for seguro ou o retorno for o melhor a se fazer. São eles que sustentam sua base, que, independente dos seus erros, fazem as coisas valerem a pena e o seu mundo ser o melhor lugar para se viver.

(Djavan Antério)