Agora a pouco encontrei uma família na sala de espera de um consultório médico. Estava eu lá, esperando para mostrar uns exames rotineiros que sempre faço no final de ano. É o velho check-up que tanto recomendo!
Neste
contexto o que mais me chamou a atenção foi uma linda garotinha que, apesar dos
seus 4, 5 anos (no máximo), demonstrava tamanho carinho e preocupação com o pai
que aparentemente estava doente.
Era
uma família bem jovem. Acredito que os pais não eram muito mais velhos que eu. A
mãe, com sua linda filhinha no colo, se desdobrava para fazer um cafuné no
esposo doente. A filha, uma linda princesinha, passava carinhosamente as duas
mãozinhas no rosto do pai dizendo: “Você vai ficar bom logo, viu?!” O pai,
típico marinheiro de primeira viagem, sorria discretamente em resposta ao carinho
que recebia das duas mulheres que, indubitavelmente, mais ama neste mundo.
Ao
ver aquela cena, me ocorreu que de uns tempos pra cá venho pensando muito como
seria ter uma filha. Sim, uma filha, uma menininha, uma “Pequena Miss Sunshine”!
Isso porque sempre fui daqueles que almejou ter um moleque lindo, forte,
esperto, cheio de energia. Imaginava levando-o ao parque, jogando bola na
praia, tomando banho de piscina, ensinando a lição de casa...
É,
mas hoje foi diferente. Acabou que me veio na cabeça quase tudo isso que
mencionei, só que com uma linda garotinha. Imaginei contando uma história para
ela dormir, carregando-a nos ombros no calçadão da praia, tomando banho de
piscina, ensinando a lição de casa...
O
fato é que cenas como esta que presenciei me dão a certeza de que ainda sim
vale muito a pena constituir uma família.
Família
para mim tem um sentido todo peculiar. É nela que carrego minhas energias; que
me apoio em momentos mais difíceis; que me resguardo quando me sinto inseguro.
É com ela que faço questão de dividir minhas vitórias; que me sinto mais a
vontade; que me mostro por completo.
Sinto
que a possibilidade de construir e propagar o “sentido família” que tanto
aprecio é algo mágico, impossível de ser medido, avaliado, transpassado.
Aquela
pequena e iniciante família me fez refletir que tudo começa do começo,
caminhando passo a passo, enfrentando dificuldades, compartilhando alegrias,
usufruindo de uma mesma esfera.
Mas
querem saber o que mais me marcou?
Foi
quando o pai, ao sair do consultório, tirou forçar sabe-se lá de onde, pegou a
menina pelo colo e a esposa pela mão e saiu sorridente. Como se não bastasse, a
linda garotinha arranjou tempo para me olhar nos olhos e dizer: “Tchau, você
vai ficar bom logo, viu?!”
(Djavan Antério)
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